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segunda-feira, 13 de março de 2023

O Movimento Pentecostal Nas Igrejas Evangélicas Em Desacordo Com As Orientações Do Apostolo Paulo Sobre Decência E Ordem Na Igreja



O movimento pentecostal é um dos ramos do cristianismo que se originou no início do século XX. Ele surgiu como uma reação ao formalismo e ao liberalismo teológico que estavam presentes nas igrejas tradicionais da época. As igrejas pentecostais têm como característica principal a ênfase no poder do Espírito Santo e nos dons espirituais, como o falar em línguas, a cura divina e a profecia.

As igrejas pentecostais cresceram rapidamente no Brasil e em outros países ao longo do século XX, e atualmente são um dos ramos mais populares do cristianismo evangélico. O movimento pentecostal também deu origem a outras correntes, como as igrejas neopentecostais, que têm como característica a ênfase na prosperidade material e na teologia da prosperidade.

As igrejas pentecostais são conhecidas por sua liturgia vibrante e participativa, com música, dança e manifestações emocionais. Elas também têm uma forte ênfase na evangelização, realizando trabalhos missionários e projetos sociais em comunidades carentes.

No entanto, o movimento pentecostal também é alvo de críticas e controvérsias, principalmente em relação à teologia da prosperidade e ao uso de práticas consideradas por alguns como exageradas ou manipulativas.

Apesar das polêmicas, o movimento pentecostal continua atraindo um grande número de fiéis, que encontram nessas igrejas um espaço para expressar sua fé de maneira intensa e participativa. Para muitos, o pentecostalismo é uma forma de experimentar o poder de Deus em suas vidas e de se conectar com uma comunidade de pessoas que compartilham dos mesmos valores e crenças.

Juntamente com o movimento pentecostal surgiram os dons espirituais que são habilidades, talentos e capacidades concedidas pelo Espírito Santo aos cristãos para o bem da igreja e do mundo. Na teologia evangélica, os dons espirituais são considerados como uma manifestação do poder de Deus na vida dos crentes e uma prova da presença do Espírito Santo na comunidade cristã.

Os dons espirituais são mencionados na Bíblia, principalmente no Novo Testamento, em passagens como Romanos 12:6-8, 1 Coríntios 12 e Efésios 4:11-13. Entre os dons espirituais mencionados nestas passagens, destacam-se a profecia, a cura, a palavra de sabedoria, a palavra de conhecimento, o discernimento de espíritos, a fé, o dom de línguas e a interpretação de línguas.

Nas igrejas evangélicas, a manifestação dos dons espirituais é vista como uma expressão da graça divina e um meio de edificação e crescimento espiritual da comunidade cristã. Os dons são exercidos de forma ordenada e com respeito às orientações bíblicas, a fim de evitar excessos ou desvios da sã doutrina.

Alguns crentes têm mais facilidade em desenvolver alguns dons espirituais do que outros, e isso é visto como uma questão de diversidade e complementaridade dentro do corpo de Cristo. O importante é que cada um coloque seus dons a serviço da igreja e do próximo, visando sempre a glória de Deus e o bem-estar do próximo.

No entanto, é importante lembrar que os dons espirituais não devem ser vistos como um fim em si mesmos, nem como um meio de autoexaltação ou manipulação dos outros. Os dons devem ser exercidos com amor, humildade e respeito às orientações bíblicas, visando sempre a edificação da igreja e o testemunho do evangelho para o mundo.

No livro de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo trata de vários assuntos relacionados à vida da igreja, incluindo a questão dos dons espirituais, como os de línguas e profecia. Ele enfatiza a importância de uma conduta decente e ordenada nas reuniões da igreja, a fim de que os dons possam ser exercidos de forma edificante e frutífera.

Em relação aos dons de línguas, Paulo destaca que eles não são necessariamente um sinal de espiritualidade ou superioridade, e sim um dom concedido por Deus para a edificação da igreja. Ele afirma que é melhor falar cinco palavras compreensíveis do que mil palavras em línguas desconhecidas, que não edificam ninguém.


Além disso, Paulo enfatiza que o dom de línguas deve ser exercido com ordem e decência, e que o próprio crente deve buscar a interpretação do que está falando em línguas, para que a mensagem seja compreensível aos demais. Ele alerta que o uso indiscriminado e desordenado das línguas pode causar confusão e desviar o foco da verdadeira edificação.


Em relação à profecia, Paulo enfatiza que ela deve ser exercida com discernimento e sabedoria, e que os profetas devem falar de forma clara e compreensível, para que a mensagem seja útil e edificante para todos. Ele alerta que a profecia não deve ser usada para causar confusão ou divisão na igreja, mas sim para encorajar, consolar e edificar os irmãos.

Paulo também destaca a importância da ordem nas reuniões da igreja, especialmente quando se trata dos dons de profecia. Ele afirma que, se houver um profeta presente, os demais devem permanecer em silêncio, para que o profeta possa falar livremente. "E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Pois Deus não é Deus de confusão, mas de paz. Como em todas as congregações dos santos, que as mulheres estejam caladas nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes, estejam em submissão, como diz a Lei" (1 Coríntios 14:32-34).

Em resumo, Paulo ensina que os dons espirituais, incluindo os de línguas e profecia, devem ser exercidos com decência e ordem, visando sempre a edificação e a unidade da igreja. Ele enfatiza que o verdadeiro valor dos dons está na sua capacidade de manifestar o amor e a graça de Deus aos demais, e não em uma busca por poder ou superioridade espiritual.

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