O cristianismo, com sua crença em um único Deus e na salvação através de Jesus Cristo, contrasta com as religiões afro-brasileiras, que cultuam diversos deuses menores e ancestrais. Essa diferença se manifesta também na prática de sacrifícios. No Antigo Testamento, como em Levítico 17:11, o sacrifício de animais era comum para expiação de pecados. No entanto, o cristianismo vê o sacrifício de Jesus na cruz, descrito em Hebreus 10:10, como o sacrifício perfeito e definitivo, que torna desnecessários os sacrifícios de animais. Para o cristianismo, a salvação se encontra unicamente em Jesus Cristo, conforme descrito no Evangelho de João 14:6, onde Jesus demonstra definitivamente que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida e a história está dividida ao meio em antes e depois de Cristo. Já nas religiões afro-brasileiras, o sacrifício de animais permanece como um elemento central nos rituais e oferendas. Essa diferença gera muitos debates e incompreensões entre os seguidores dessas religiões. Em 2019, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4942, o STF decidiu que o sacrifício de animais em rituais religiosos é constitucional, reconhecendo a liberdade religiosa e cultural dessas práticas. Os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram a favor, enquanto apenas Marco Aurélio Mello votou contra. A Arquidiocese do Rio de Janeiro, representada pelo Cardeal Dom Orani Tempesta, defendeu o sacrifício como parte da liberdade religiosa. Já igrejas evangélicas como a Assembleia de Deus, representada por seus líderes, se posicionaram contra a prática, argumentando que ela fere os direitos dos animais. No entanto, ONGs como a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) e a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) se posicionaram contrárias a essa decisão, argumentando que o sacrifício causa sofrimento desnecessário aos animais. Além disso, há relatos de que os sacrifícios em vias públicas podem gerar problemas de higiene, com sangue e restos de animais descartados de forma inadequada.
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quarta-feira, 16 de abril de 2025
sexta-feira, 11 de abril de 2025
A Diferença de Pensamento entre Arminianos e Calvinistas sobre o Livre Arbítrio
A questão do livre arbítrio é um ponto central de divergência entre arminianos e calvinistas, afetando suas compreensões da salvação, da soberania de Deus e da responsabilidade humana.
Visão Arminiana:
* Livre Arbítrio Significativo: Arminianos acreditam que os seres humanos possuem um livre arbítrio genuíno, mesmo após a queda. Embora a natureza humana esteja corrompida pelo pecado, a graça preveniente de Deus capacita cada indivíduo a responder ao chamado de Deus para a salvação.
* Capacidade de Escolha: Os arminianos enfatizam que as pessoas têm a capacidade de escolher aceitar ou rejeitar a oferta de salvação de Deus. Essa escolha é vista como um ato livre e responsável do indivíduo.
* Soberania de Deus Limitada: A soberania de Deus é entendida de forma a não anular a liberdade humana. Deus deseja a salvação de todos e providencia os meios para isso, mas respeita a decisão de cada pessoa.
* Salvação Condicional: A salvação é vista como condicional à fé e ao arrependimento do indivíduo. A graça de Deus torna a salvação possível, mas a decisão final de aceitá-la ou não reside no livre arbítrio humano.
Visão Calvinista:
* Livre Arbítrio Limitado pela Depravação Total: Calvinistas sustentam a doutrina da depravação total, que afirma que o pecado afetou todas as áreas da natureza humana, incluindo a vontade. Como resultado, os seres humanos são inerentemente incapazes de escolher o bem espiritual ou buscar a Deus por si mesmos.
* Incapacidade de Escolha Espiritual: Na visão calvinista, o livre arbítrio do ser humano está escravizado ao pecado. As pessoas escolhem livremente de acordo com sua natureza pecaminosa, mas essa natureza não as inclina a buscar a Deus ou a desejar a salvação.
* Soberania Absoluta de Deus: A soberania de Deus é central na teologia calvinista. Deus é visto como tendo controle absoluto sobre todas as coisas, incluindo a salvação. Sua eleição é incondicional e baseada unicamente em Seu propósito soberano, não na presciência da fé humana.
* Salvação Monergística: A salvação é entendida como uma obra monergística, ou seja, uma obra exclusiva de Deus. É Deus quem, por Sua graça irresistível, regenera o coração do eleito, capacitando-o a crer e a se arrepender. O livre arbítrio humano não desempenha um papel causal na salvação.
Em resumo:
A principal diferença reside na extensão e na capacidade do livre arbítrio humano em relação à salvação. Arminianos acreditam em um livre arbítrio capacitado pela graça que permite ao indivíduo escolher ou rejeitar a salvação, enquanto calvinistas defendem que o livre arbítrio está escravizado ao pecado, tornando a intervenção soberana de Deus (graça irresistível) necessária para a salvação. Essa divergência fundamental leva a diferentes compreensões da natureza de Deus, da natureza humana e do processo da salvação.